Foto © Asta - Divulgação. |
“Nosso principal foco são os passageiros do agronegócio, pessoas que necessitam de agilidade circular, segurança e conforto pelas cidades do interior do estado”, diz o CEO da ASTA Linhas Aéreas, Adalberto Bogsan. Leia em detalhes a entrevista exclusiva com É MAIS QUE VOAR.
Focada na aviação sub-regional, entrevistamos Adalberto Bogsan , CEO da ASTA Linhas Aéreas, fundada em 1995. Hoje a ASTA atua em nove destinos no Mato Grosso e opera onze voos diários no estado. Recentemente a companhia aérea fez parceria com a Azul e expandiu sua operação para 111 destinos domésticos. Aos 104 operados pela companhia se somando com Água Boa, Canarana, Juara, Juína, Lucas do Rio Verde, Primavera do Leste e Tangará da Serra, além de Cuiabá e Rondonópolis, onde a parceira Azul também atua.
Com mais de mil passageiros transportados por mês, a ASTA conta com três aeronaves modelo Cessna Grand Caravan C208B, de nove lugares. A expectativa da empresa é de incrementar a demanda em 30% com a parceria, principalmente por conta da extensão da malha da Azul e da imediata conexão com os voos da companhia em Cuiabá. A capital do Mato Grosso tem uma média de 28 voos diários para 17 destinos.
Confira abaixo, uma rápida entrevista que realizamos com Adalberto Bogsan, CEO da Asta Linhas Aéreas:
É MAIS QUE VOAR: Olá Adalberto é uma satisfação realizar esta entrevista. Quando vocês mencionam “sub-regionais”, como vocês classificam isto e qual a diferença de “sub-regionais” para “regionais”?
Adalberto Bogsan: Olá! A Asta é uma empresa de ligação, que atua com aviões pequenos de 9 lugares, o Cessna Caravan (C208B Grand Caravan). Classificamos como sub-regional, pois operamos em pistas de 1.000 a 1.600 metros e que têm restrição de piso e infraestrutura aeroportuária, com performance e eficiência. Nossa malha é estruturada para atender as conexões das grandes empresas, como a Azul, atendendo as necessidades dos passageiros que precisam viajar para Mato Grosso. Recentemente, fechamos uma parceria com a companhia para integrar os voos que operamos dentro do Estado de Mato Grosso à malha aérea nacional e internacional.
MQV: Quais são suas perspectivas e como avalia os planos do governo federal quanto à desburocratização, redução de impostos e o incentivo ao transporte? A região tem um forte setor, que é o agronegócio, e o governo atual tem focado muito neste segmento, de grande importância para a economia.
Bogsan: Vejo como positivo o plano do governo e o incentivo à redução dos impostos para apoio ao transporte, especialmente ao transporte regional, e Mato Grosso é uma região de grande importância devido à relação com o agronegócio. Como uma operadora sub-regional, temos alguns benefícios, como incentivo no ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços) do combustível, e esse é um suporte fundamental. O Brasil tem um alto potencial de desenvolvimento na aviação sub-regional, em função do crescimento da demanda em cidades pequenas, onde já operamos e também onde pretendemos operar. Estamos expandindo nossa malha aérea para municípios que têm essas características, focando principalmente no agronegócio e em locais onde as pistas são pequenas e se enquadram no nosso perfil de operação.
MQV: Quais são os planos de empregabilidade para a Asta na região Centro-Oeste, em especial no Estado de Mato Grosso?
Bogsan: Atualmente, a Asta conta com 48 colaboradores. Para cada base que abrimos, temos cerca de três empregos diretos e seis indiretos. Isso ocorre não apenas na região Centro-Oeste, onde já atuamos, mas também nos locais onde pretendemos operar, como Minas Gerais e São Paulo.
MQV: Sobre as operações de Lucas do Rio Verde, quais foram os critérios para escolher a cidade? Por que não Sorriso ou Sinop?
Bogsan: Nosso foco são os passageiros do agronegócio, pessoas que precisam circular com agilidade, segurança e conforto pelas cidades do interior do estado. As altas demandas do segmento exigem uma logística de transporte que atenda esses clientes e a Asta está cumprindo esse papel, estudando os gargalos e viabilizando o atendimento a outras cidades. Nossas rotas são pensadas para facilitar conexões com outras companhias aéreas comerciais que operam em Mato Grosso, como é o caso da Azul, que já atua em Sorriso e Sinop.
MQV: Esta medida de parceria “amigável” com a Azul, foi o melhor caminho a ser tomado para ser competidor no mercado da aviação comercial brasileira?
Bogsan: O resultado dessa parceria é uma união de forças. Vamos integrar os voos que operamos dentro do Estado de Mato Grosso à malha aérea nacional e internacional. Nossa expectativa é incrementar a demanda em 30% com a parceria, principalmente por conta da extensão da malha da Azul e da imediata conexão com os voos da companhia em Cuiabá. A capital do Mato Grosso tem uma média de 28 voos diários para 17 destinos. O consumidor ganha uma maior possibilidade de voos e agilidade em conexões com a Azul, facilitando os processos de embarque e desembarque, despache de malas e reduções de escalas. Além disso, haverá uma redução de custos para os clientes, pois é possível diminuir as escalas e, consequentemente, o valor que se pagaria pelos trechos, separadamente.
MQV: Ao acessar o site da Asta, simulamos em julho o voo inaugural de LRV para CGB, com o valor do trecho próximo a R$ 500 e duração média de 1 hora de voo até a capital. De ônibus, o percurso leva uma média de 6 horas, sem trânsito, pela BR-163 pelo valor de R$ 100. Vocês estudam a possibilidade de um preço mais acessível aos clientes da Asta, com a entrada da Azul como parceira?
Bogsan: Com a parceria com a Azul, há uma expectativa de redução no valor do tíquete, considerando a média do trecho total. Somando os trechos da Azul e da Asta, o cliente deverá ter um ganho de 10 a 20%, uma vez que o tíquete é conjugado e a compra das passagens será feita por meio de um único canal. Isso deve ocorrer principalmente em função da diluição maior do custo, devido ao tamanho das aeronaves da Azul, e que reflete no custo total da malha.
MQV: Com a Azul como parceira, há possibilidade de uma ampliação de frota, quais são os planos da Asta? Há intenção de adquirir Twin-Otter ou a possibilidade de ter aeronaves do porte ATR para estas rotas, por já ser uma aeronave aceita em nosso país?
Bogsan: A Asta estuda expandir para novos destinos, inclusive em outros estados, mas o foco é continuar com aviões pequenos, em locais onde as aeronaves de maior porte não conseguem operar, devido à estrutura das pistas. Atuamos em aeroportos que possuem apenas uma sala com ar-condicionado, banheiros e atendimento de check-in, para atender um público específico. Não temos o objetivo de competir com as grandes empresas, nosso foco é continuar a expansão dentro do nosso nicho de mercado, para a fazer a alimentação das companhias maiores, como é o caso da Azul. Buscamos desburocratizar a aviação, atendendo com a máxima segurança.
MQV: Para finalizar, uma aeronave com maior número de assentos, os custos operacionais por assento para trechos podem ser menores. É correto isto ou ainda há mais “barreiras” para tarifas mais acessíveis?
Bogsan: Sim, quanto maior o avião, menor é o custo por assento, principalmente em relação ao custo fixo das empresas. Se compararmos o valor por assento do Caravan com o do ATR, por exemplo, o nosso é proporcionalmente maior. Hoje, a aviação regional é mais cara do que a aviação comercial, em função de uma série de fatores, como o tipo de avião utilizado, a diluição de preço por assento e o tipo de operação, considerando as características das pistas. Há uma maior periodicidade na manutenção, para garantir a segurança dos equipamentos e também dentro dos aeroportos, uma logística que aumenta o custo total.
Muito obrigado senhor Bogsan por nos conceder esta entrevista! Desejamos o sucesso absoluto para a Asta voar cada vez mais alto.
E para você que quer conhecer um pouco mais da Asta, visite o website oficial da companhia aérea em: voeasta.com.br
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