A Aviação Comercial Brasileira e sua importância no transporte de órgãos para transplante
Imagem ilustrativa elaborada por © É MAIS QUE VOAR |
Há quem diga que a aviação foi feita somente para conectar com as
mais belas cidades do mundo. A aviação vai além! Conecta com pessoas, emoções,
sentimentos e o mais importante: vidas!
Texto: Herbert Monfre.
Em meio a essa “loucura” do dia-a-dia em um mundo agitado, o
ser humano se torna “escravo” do tempo, de cumprir com prazos os compromissos de
suas agendas. A cada voo, a cada passageiro a bordo, carregam uma história! Uma
“missão a cumprir” por estar a bordo daquela aeronave – uns a trabalho, outros
felizes pela viagem que tanto planejou em divertir com seus familiares, outros
por um momento de luto para se despedir de um(a) ente querido(a) que partiu
desta Terra e, outros para fazer o bem!
Não existe um limite de distância e não tem preço que pague
quando o assunto é salvar vida explorando o setor a aéreo. Empresas aéreas
brasileiras vêm incrementando um pilar sólido transformando vidas com o
transporte órgãos e tecidos à pacientes que esperam por um transplante.
Só no Brasil, com dados em 2017 pelo Instituto Brasileiro de
Aviação, 75% das operações entre pousos e decolagens são oriundos da aviação
comercial (1.751.055 operações) e poucos sabem que dentre este gigantesco
dígito de operações, alguns destes voos são embarcados em um avião com
passageiros, órgão ou tecido para um paciente que estão esperando ansiosamente
por este transplante.
Segundo os dados da ABEAR (Associação Brasileira das Companhias
Aéreas), dentre esta fração de voos, 90% do transporte para transplante foram
realizados de forma aérea, mais de 9 mil órgãos e tecidos são transportados por
ano de forma gratuita sob cuidados especiais da tripulação do voo acompanhados
por uma equipe médica.
A ABEAR fundada pelas empresas aéreas Avianca, Azul, GOL e
LATAM (e recentemente Passaredo e MAP), deu o incentivo com o programa “Asas do Bem” em 2014, que têm como o
porta-voz o Médico e escritor Dr. Dráuzio Varella e, já vêm colhendo frutos
salvando vidas com o maravilhoso projeto.
Resultados positivos nos quatro primeiros meses de 2018
apontam que suas associadas representaram 87,5% com o transporte (1.427 voos
comerciais) de forma regular engajado com essa finalidade médica. Somado de janeiro a junho de 2018, foram transportados em voo comercial regular 4.428 órgãos e 2.241 tecidos.
Vale ressaltar que o setor aéreo brasileiro envolvido com o projeto
Asas do Bem deu início em 2001, com quinze empresas aéreas reunidas no
Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA) com o termo de cooperação
com o Ministério da Saúde. O acordo oficializou e organizou o transporte de
órgãos, tecidos, equipes e itens de forma gratuita pelas empresas aéreas e
contribuiu ter o maior sistema público de transplante do mundo.
O programa com a ABEAR ganhou uma força maior com parcerias
entre o Ministério da Saúde, por meio do Central Nacional de Transplantes (CNT),
além do Centro de Gerenciamento de Navegação Aérea (CGNA), órgão do
Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), INFRAERO e demais operadores
aeroportuários.
Empresas aéreas brasileiras juntas transportam mais de 9 mil órgãos e tecidos para transplante de forma gratuita. Foto © Herbert Monfre. |
A cada aeronave que tenha intensão de voo a bordo com essa
finalidade médica, tem total prioridade de decolagem ou pouso quanto a operação
do voo, isto é, devido ao intervalo de tempo preciso, entre a retirada do órgão
e o reimplante no paciente que deve recebe-lo em até quatro horas, como é o
caso de um transplante de coração ou pulmão.
"No transplante, é crucial o tempo de retirada do órgão
do doador para que o receptor o receba, no país como o Brasil, com essas
dimensões todas, a única forma de você trazer esse órgão com rapidez e eficiência
é através do transporte aéreo”, afirma o Dr. Dráuzio Varella.
Ireunice Cardoso da Silva, é uma das pacientes transplantada
que recebeu um fígado, o órgão percorreu 1640 km de Aracaju a Brasília. "A
minha cirurgia, os médicos falam que foram nos quarenta e cinco minutos do
segundo tempo", afirma.
Imagem © ABEAR / Divulgação. |
"É tudo muito rápido, enquanto o médico vinha com o
fígado eu já estava sendo preparada na sala de cirurgia, e depois quando
acordei, eu tinha dúvidas se eu havia feito o transplante. Não precisei de diálise,
os rins funcionaram maravilhosamente bem".
“Cada segundo no processo foi importante. O meu sentimento
mesmo é que tiveram muito amor. Quando as pessoas colocam amor no que exerce,
tudo saí certinho", concluiu Ireunice em depoimento durante um vídeo
institucional para a ABEAR.
Jornada do Bem é propagada pelos quatros cantos do Brasil
O programa Asas do Bem vêm voando aos quatro cantos do
Brasil neste ano de 2018, com o lançamento do projeto “Jornada do Bem”
promovido pela ABEAR. Trata-se de uma série de palestras que é comandada pelo
publicitário Alexandre Barroso de 59 anos.
Imagem © ABEAR / Divulgação. |
Alexandre Barroso foi vítima de Hepatite C, durante as
palestras ele conta a sua experiência de vida. Chegou a ter um peso de 35
quilos, superar 11 cirurgias, 21 comas (último durou 3 dias) e três
transplantes de órgãos entre os anos de 2008-2014. “Os médicos me deram uma
semana de vida”, afirma o publicitário.
“Não tem preço estar aqui neste momento para falar em favor de 35 mil amigos que estão à espera de um órgão”
A “Jornada do Bem” passou por algumas cidades e além de
serem ministradas a experiência de Alexandre Barroso, o evento vêm com o foco
de incentivar e conscientizar as pessoas sobre a importância de se tornar
doador.
A primeira palestra aconteceu em Aparecida de Goiânia, GO (em
22 de abril), aberta ao público durante a comemoração do "Dia Municipal do
Rim" e tratou com importância o assunto sobre à prevenção das doenças
crônicas, renais, doações e transplantes.
A estreia da Jornada Asas do Bem em Aparecida de Goiânia-GO | Foto © ABEAR / Divulgação |
Em maio, a Jornada Asas do Bem seguiu pela região nordeste do
país: Aracaju, SE (dia 4) durante o aniversário da Central de Transplantes do
Estado e; em Maceió, AL (dia 18 e 19) durante o I Encontro Alagoana dos
Estudantes de Medicina com a palestra motivacional “Como as Liga podem
colaborar nas campanhas de doação de órgãos”.
Jornada Asas do Bem em Aracaju, SE | Foto © ABEAR / Divulgação.
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Jornada Asas do Bem em Maceió, AL | Foto © ABEAR / Divulgação. |
Em seguida foi a vez de Fortaleza, CE (19 de julho), a
Jornada incentivou estudantes, professores e técnicos de enfermagem, realizada
no Grau Técnico Fortaleza Bezerra de Menezes.
Jornada Asas do Bem em Fortaleza, CE | Foto © ABEAR / Divulgação. |
O estado de São Paulo não passou em vão, em agosto (dia 24),
o Hospital Mário Covas, localizado na cidade de Santo André, na região do ABCD
Paulista recebeu também a “Jornada Asas do Bem”, o evento contou com a presença
do jornalista Ricardo Kotcho, da Folha de São Paulo, além da equipe de 180
profissionais da saúde do Hospital Israelita Albert Einstein dentre Gestores,
médicos, estudantes e enfermeiros.
Alexandre Barroso na Jornada Asas do Bem em Santo André, SP. | Foto © ABEAR / Divulgação. |
“Além do benefício de conectar pessoas, o transporte aéreo
traz uma série de efeitos positivos de caráter social e um deles é salvar vidas
de pessoas com a agilidade na entrega dos órgãos para doação”, diz o diretor de
Comunicação da ABEAR, Adrian Alexandri.
Em setembro, é o mês do “Setembro Verde”, o mês conscientiza
pessoas a serem doares de órgãos e a Jornada pousou nos últimos dias de agostos
em Uberaba, MG (dia 30 e 31), ministrado no Hospital Universitário Mario
Palmério. Após, seguiu ao estado do Acre, na cidade de Rio Branco, (13 de
setembro), o evento foi realizado no auditório SENAC. Ainda em Rio Branco, o
dia seguinte foi a vez do Hospital Urgência e Emergência de Rio Branco receber
a “Jornadas do Bem” durante o III Fórum sobre Doação e Transplante de Órgãos e
Tecidos.
Jornada Asas do Bem em Uberaba, MG | Foto © ABEAR / Divulgação. |
Em Rio Branco no Acre também aconteceu a Jornada Asas do Bem ministrado por Alexandre Barroso | Foto © ABEAR / Divulgação. |
Já na segunda quinzena do “Setembro Verde”, a Jornada Asas
do Bem foi até à Paraíba, na cidade de João Pessoa onde foi ministrada no Auditório
da PBTur - Centro Turístico de Tambau.
“Não tem preço estar aqui neste momento para falar em favor
de 35 mil amigos que estão à espera de um órgão”, descreve Alexandre Barroso em
seu Instagram enquanto assistiu a reprise de sua entrevista especial ao vivo em
cadeia nacional pela Rede Globo durante o programa matinal “Encontro com
Fátima”.
Ainda no Programa “Encontro com Fátima”, Alexandre Barroso divulgou o seu livro biográfico chamado: “A última vez que morri” e foi recém lançado em 2018 pelo autor. O livro conta a história de superação do publicitário durante o processo delicado de sua saúde e também é apresentado nas Jornadas.
“Era claramente um caso extremo de vida ou morte, minha única chance de sobreviver no meu entendimento era ser feliz” – trecho do livro descrito pelo publicitário que sobreviveu por 3 vezes.
A Jornada ainda passou por Londrina, PR, no dia 25 de setembro; na cidade de São Paulo, no dia 26
de setembro, com palestra realizada no “Hospital Vila Santa Catarina, localizado
na Zona Sul da cidade com o tema “Setembro Verde”.
No dia seguinte, 27 de setembro foi a vez do Rio de
Janeiro, dia que é comemorado o Dia Nacional do Doador de Órgãos. O evento aconteceu no COPPEAD/UFRJ durante o
Seminário “Debates em Saúde”.
Outras informações e agenda por onde a Jornada do Bem está através do hotsite: https://www.abear.com.br/asasdobem/
Desde a sua fundação, a ABEAR tornou-se uma das grandes
associações aproximando e incentivado o humano com o setor aéreo, isso é visível
com o setor jornalístico valorizando profissionais da área com pautas
importantes sobre o transporte aéreo no Brasil, além de, levar a informação de
forma transparente aos leitores de respectivas mídias. Não há dúvidas que a
Jornada Asas do Bem será um dos fatores contribuintes com o aumento de pessoas
que passarão a serem doadores de órgãos nos próximos anos, principalmente
pessoas ligadas a aviação. Quem ler o livro de Alexandre Barroso ou, se quer
assistir algum vídeo contando à sua história, realmente se comoverá e passará a
conversar com familiares de se tornar um doador.
Foto © ABEAR / Divulgação. |
Para se ter uma ideia, um doador salva 10 vidas e contribui
com a redução de pessoas que estão na fila de espera por um transplante.
Torne-se hoje um doador de órgão! O seu
órgão pode sim ser compatível com alguém que luta para sobreviver e que clamam
desesperadamente por saúde e pela cura.